http://i8.photobucket.com/albums/a26/monicaleal/sap.jpg anascente: maio 2006

quarta-feira, maio 31, 2006

Ausência

Andava de um lado para o outro pelos lugares vazios da mente.
Não havia nada importante, nada de especial, preocupante, nem excitante.
Talvez fosse isso,
o tempo, os astros, as hormonas.
Como explicar quando parece que não há nada a dizer.

Era a ausência.
A ausência do seu respirar,
da sua existência silenciosa,
da sua tolerância
e assídua presença.

Compreendeu que esses castelos
que foi construindo ao longo da vida,
eram meros fantoches da sua imaginação.
Gerados e amados por força das circunstâncias,
pela necessidade de acreditar que alguém olha por nós,
mesmo quando os nossos pais, ou outros,
olham para o lado,Para cima, ou para dentro e na verdade não
nos olham.

Ainda que tudo imaginado
e construído por uma crença desejável,
quem poderá negar as virtudes de um
caminhar cego pela fé nos homens, na vida e nos sonhos?

Olhou de frente para o espelho,
e não soube dizer o que via,
apenas aquele olhar que já não conhecia.

quarta-feira, maio 24, 2006

E se hoje eu morresse aqui…

E se hoje eu morresse aqui… sentada, a olhar a vossa fotografia…
com amor
mas sem saudade
ou braço,
apenas uma enorme vontade de partir.

É indiferente,
não há vazio, nem cheio,
não há alegria ou consolo,
apenas esta tristeza.

Que importaria partir,
se nada há que pareça consolar
ou fazer sentido, mesmo no meio de tantos sentidos cruzados.
Que importa se não há alguém,
os amados, o sol ou a estrela que me prenda.

Ficam apenas os olhos fixos no escuro,
nada a dizer,
um silêncio no vazio.

sexta-feira, maio 19, 2006

Para aquecer no próximo inverno : )

sexta-feira, maio 05, 2006

No colo

Guardo a minha dor no colo,
trato bem dela, aconchego-a para que descanse.

Sinto falta de ti, de ti e de ti.
Sinto falta de nada, que não eu e no entanto choro a vossa ausência.

Volto as costas para não olhar o vazio.
Quero estar só, a embalar essa dor.
Aconchego-a com os meus braços e caminho ritmadamente para que adormeça tranquila,
peço para que as suas lágrimas encontrem o mar,
para que o meu colo se encha de mim.

Vou ficar aqui de olhos fechados, com a dor no colo,
essa dor que grita baixinho sem motivo,
que nos lança no desconhecido de nós mesmos e nos mostra uma misteriosa beleza.

Estou aqui a sós, comigo e a dor no colo,
para nos conhecer, embalar e... libertar.