No colo
Guardo a minha dor no colo,
trato bem dela, aconchego-a para que descanse.
Sinto falta de ti, de ti e de ti.
Sinto falta de nada, que não eu e no entanto choro a vossa ausência.
Volto as costas para não olhar o vazio.
Quero estar só, a embalar essa dor.
Aconchego-a com os meus braços e caminho ritmadamente para que adormeça tranquila,
peço para que as suas lágrimas encontrem o mar,
para que o meu colo se encha de mim.
Vou ficar aqui de olhos fechados, com a dor no colo,
essa dor que grita baixinho sem motivo,
que nos lança no desconhecido de nós mesmos e nos mostra uma misteriosa beleza.
Estou aqui a sós, comigo e a dor no colo,
para nos conhecer, embalar e... libertar.
2 Comments:
Oi amiga, então que nostalgia é essa que te faz recordar os dias de colo em que a mão preciosa embalava.
Um abraço forte e amigo
Olá Mó!
Nada mais sábio que "acarinharmos" os nossos sentimentos, sejam eles agradáveis ou não. Ao "acarinhá-los" estamos a consciencializarmo-nos da sua existência, que passará a ser muito mais serena. Como uma criança que se aquieta no colo da mãe, assim ficam as nossas "dores" quando as "carregamos" no colo, com todo o carinho, com todo o cuidado...
E mais uma vez, e não me canso de o dizer, adoro a forma como "utilizas" as palavras para "pintarem" o quadro da tua "alma".
Beijinhos e que continues sempre alerta em consciência... Una com o teu corpo e o teu espírito
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