http://i8.photobucket.com/albums/a26/monicaleal/sap.jpg anascente: História Parte 9

sexta-feira, março 03, 2006

História Parte 9

Para António aquela situação também atingira um limite. Sabia que tinha de fazer uma opção, pois deixar Barbara livre como um passarinho, rodeada de tantos predadores deixou-o inseguro. Terminou tudo com a Sofia.
O que se pensou ser um fim, foi apenas o início de um longo tormento. A Sofia não se conformava com a decisão do seu amado e não eram poucos os dias em que por lá aparecia a chorar e a solicitar-lhe que voltasse atrás na sua decisão. Bárbara não gostava de Sofia, mas já não suportava vê-la a sofrer tanto e a ter comportamentos de total abandono da sua auto-estima. Sofia bebia muito, chorava e algumas vezes até lhe pedira conselho. Que lhe dizer? Sentia-se falsa.

Começou a ter pesadelos. Acabou por saber que houvera dias em que a suplica de Sofia tinha conquistado um lugar na cama de António e só de imaginar essa situação agoniava-se.
A Sofia não desaparecera das suas vidas, não, antes pelo contrário, tornara-se um fantasma insistente e sempre presente. Não estava disposta a deixar que António lhe passasse por cima do seu orgulho e queria-o com todas as suas forças.
Á noite Barbara sonhava que era traída, que se amavam sem o seu conhecimento, que António iria deixa-la e que o motivo era a incrível insistência de uma mulher que não aceitava ser abandonada. Por esse motivo matava em seus sonhos aquela mulher, que já não sabia se deveria odiar ou amar.

Os pensamentos ficaram confusos na sua cabeça, amava o António e por esse motivo não achava estranho que outra pessoa o desejasse tanto como ela. Quando percorria a sua pele e sentia o seu adocicado odor, conseguia compreender que mais alguém também quisesse provar desse néctar que a deixara adita.
Se a Sofia o amava tanto, como ela própria o amava, não seria a Sofia uma extensão dela mesma? E se ela fosse a Sofia? Seria justo ser-lhe negado esse amor?

Estavam deitados a dormir, quando começou a sonhar.
António levantou-se da cama, que mais não era que um colchão sobre a alcatifa, virou-se e agachou-se estendendo-lhe a mão e convidando-a com um aceno de cabeça para que o seguisse. Bárbara levantou-se e sentou-se na cama. Olha para um António à sua frente, e para o António deitado a seu lado com as mãos sobre o peito como era seu hábito e assusta-se.
Não consegue entender quem é aquele António que a convida para ir sabe-se lá onde. Que a quer afastar do SEU António verdadeiro. Entra em pânico quando se apercebe que ela mesma também está deitada a dormir, tenta acordar, mas não consegue. Tenta acordar,
sente que desce e volta, há um ruído, tenta gritar por socorro a António, mas as suas palavras pareciam presas, a sua boca pesada não emitia qualquer som. Debateu-se naquilo que lhe parecia uma eternidade e quando finalmente conseguiu acordar, estava coberta de suor e estremecia.
António continuava a dormir tranquilo a seu lado, não sabia o que pensar sobre tudo aquilo, sentia-se perdida.