Passos
Carrego o peso do corpo no passo.
Ando devagar, arrasto a alma nas costas.
Quero pousar mas onde?
Sou impelida.
É efémero o fim.
Levo a musica comigo e balanço ao ritmo torpe de um homem corcunda e triste.
Faço uma careta contorcida.
Consegues ver?
Choro.
Estendo a mão, não porque queira agarrar algo.
Acabou um momento de pausa.
Rompe-se o passado, as memórias e fica o canto, “how fortunate the man with none”, é uma dança no silêncio da eternidade.
Abraço tudo aquilo que me faz fugir, … com muita força para que se esvaziem os meus braços.
Continuo assim o caminho, avançando na existência como pela primeira vez, vazia de passado olhando e encarando os inesperados corredores do destino.
O agora aqui, para sempre em tudo, levando-nos a todos os espaços do tempo.
Continuo no vazio do tempo a ouvir o canto, a sua voz que ensina, "how fortunate the man with none" e continuo a observar as estrelas, dentro e fora de mim.
Obrigada.
1 Comments:
Olá Mó!
Obrigada por nos fazeres lembrar a importância do "AGORA". Quando conseguimos entregarmo-nos ao "Momento" tudo é muito mais fácil e mais "Real"! Quantas e quantas vezes damos por nós a pensar no que já passou ou naquilo que poderá acontecer e perdemos o sabor do "Agora"...
E já agora, de quem é a autoria deste lindo "quadro"?
É de tua autoria?
Um Sol Luminoso
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