Na Noite
Mais uma vez ali estava eu, bem no meio da pista de dança do Kremlin, de olhos fechados, o coração aos pulos e uma enorme vontade de chorar e abraçar o passado vivido naquele espaço por tantos anos.
Foi a saudade, a nostalgia e uma enorme emoção por estar de volta.
Dancei como já não dançava faz muitos anos, gritei muito e esbracejei porque não existe melhor terapia do que aquela em que nos expandimos por nós mesmos.
Olhei em volta e não vi o bar do G, voltei a fechar os olhos, não estava lá o Vítor Alves para nos dar as bebidas, os travestis do Finalmente, nem o Meninho em cima das colunas de Kilt. Mas apesar de todo o louco e fantástico passado não estar ali, estava eu, diferente do que era, nunca mais a mesma, mas com o mesmo brilho a mesma vontade a mesma juventude.
Óptima terapia a pista de dança, para o corpo se movimentar e libertar, gritar como loucos porque ninguém nos ouvirá e sorrir para nós mesmos porque isso é o mais importante.
Dancei e dancei mais e pulei e voltei a esbracejar e foi o máximo!
Foram muitas as noites, as longas noites da vida Lisboeta vividas sempre até de manhã, com muitas caras conhecidas desse sub mundo, e muitas desconhecidas também.
Às vezes penso que poderia voltar a percorrer todos os caminhos, todas as ruas dessas noites nas linhas das palavras e reviver um passado ao qual já não pertenço e não quero pertencer de novo.
Amo-te noites da minha vida e quem sabe, até breve!
2 Comments:
Denoto ai uma certa saudade???
Moquita, senti precisamente isso quando recomecei com o ginásio!
Deu-me uma saudade dos tempos em que era da idade da maioria das miúditas que lá andam...
Bjinho
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