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domingo, junho 26, 2005

Velhinhos bonitos em Molduras

Ia no comboio, na minha habitual viagem de sonho dormente e à minha frente ia sentado um senhor de idade, negro.
Era muito magro e seco, vestia um fato completo, cinzento meio prateado, já roçado.
Tinha os cabelos esbranquiçados, é difícil fazer a ideia exacta da sua idade, talvez 70 ou até 90 anos, uma vez que as pessoas de cor se mantêm jovens por mais tempo.
Nunca hei-de esquecer a sua expressão!
Uns olhos que pareciam dois mundos inteiros de muitas vidas, uma expressão humilde a cair na inocência, um corpo frágil como toda a sua actual existência.

A beleza esconde-se onde menos se espera e está ao mesmo tempo em toda a parte.
Achei aquele momento lindo, a sua imagem, preencheu-me de muitas imagens, de muitos velhinhos, tal como aquele, retratados em pequenas fotografias quadradas a preencher uma grande parede branca.
Muitos velhinhos lindos e negros, captados na sua essência expostos para que todos possam ver tal como eu, que a beleza está nas rugas, nas expressões, nas sensações, na essência que emitimos ao simplesmente sermos aquilo que somos.

2 Comments:

Blogger António Duarte said...

É verdade, penso que talvez seja por terem uma raça diferente da nossa que os pretos velhos muitas vezes são... talvez carismáticos. Especialmente quando tem um ar feliz, transmitem calma, alento e esperança. Mas nem sempre tem esse olhar, são pessoas como as outras e os seus olhares são reflexos das suas vidas e transmitem aquilo que irá com elas para a outra vida, será amargura ou amor?.... o que levaremos nós? a vontade de voltar a trás e corrigir o passado ou a satisfação de uma vida vivida sempre com consciência de ser terem tomado as opções certas dentro do que conseguiamos ver?...

2:33 da tarde, junho 28, 2005  
Anonymous Anónimo said...

Olá Duarte:

Falas de um aspecto muito importante e que penso que nos estamos a questionar constantemente, será esta a melhor oção? Será que este é o meu caminho?
As respostas são sempre muito pessoais e a escolha depende de muitos factores muitas das vezes errados.
A escolha deve ser autenticamente a nossa.
Quando áquilo que levamos, penso que levamos o que semearmos, por isso temos de ter atenção ao que jogamos ao vento, porque isto voltará para nós. No bem e no mal!

3:28 da tarde, junho 28, 2005  

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